sábado, 16 de janeiro de 2021

À PROCURA DE TERNURA










Como diferente está a vida
Para suportar o pânico viver;
A liberdade anda perdida
Neste tempo de sofrer.

Caminha fresca e vaidosa,
Ataca os belos sonhos;
A cobiça não foi cautelosa,
Perde-se por trilhos tristonhos.

A Terra é terna guitarra
Que entoa sons de riqueza;
Nela cantam como a cigarra,
Deixam florir triste pobreza.

Homens hábeis, de eleição,
Tornam-se donos do mundo;
Criam lucros por ambição
Traindo, o orgulho profundo.

Povo de luz cristalina
Jamais esquece o futuro;
Vai cumprindo dura sina,
Sofre tratamento impuro.

O vírus prega muitos sustos,
Tapa os rostos na jornada
Entre casas, ruas e arbustos,
Torna a viagem cansada!

O ontem, chama pelo dia,
Na procura de ventura;
Cada olhar, escolhe sua via,
Pensa na labuta com ternura.

Setúbal, 16/01/2021
Inácio José Marcelino Lagarto

  

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