Cai a neve no Alentejo,
Traz flocos brancos no desejo
Que vem beijar o celeiro do pão.
O povo corre divertido
Pelo manto estendido,
Muda o verde por raro nevão.
Percorre o vasto montado
Em que o trigo é semeado,
Vem a bela planície encantar.
Gela a corrente da fonte,
Espelha além no horizonte
Ouvindo o pássaro a cantar.
Há surpresa, serenidade,
Deixa na mente a saudade,
Causa horas de fantasias.
Eleva o sonho sem pecado,
Cobre o campo que foi lavrado
Espalhando bênçãos, alegrias.
Construtores de hábeis esculturas
Criam fotos, de imagens futuras,
Para o álbum das memórias.
Brincam crianças nos espaços,
Falam, gritam, fazem traços,
Sentem orgulho destas vitórias.
Cidades, vilas, iguais às florestas,
Trocam o dever por alegres festas,
Partilham de tão linda pureza.
Num cintilar de harmonia,
A fim de silenciarem a pandemia.
Agradecem à força da Natureza.
É janeiro, começa o novo ano,
Com alteração a vigente plano
Olhando as estrelas dos céus.
Nascem espaços de ventura
Ao caminharmos com doçura,
Na perfeita obra vinda de Deus.
Setúbal, 11/01/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
Sem comentários:
Enviar um comentário