Abril veste o sonho de quem ama,
Regressam ao convívio as andorinhas;
Nas árvores brilham a fina e verde rama
Oferecendo ternas sombras vizinhas.
Rompem no tempo as madrugadas,
Brotam os cristais das belas fontes;
As boas graças são celebradas
Seguindo caminhada por horizontes.
A Vida vem límpida da nascente,
Completa-se de calmas flores e riso;
Cresce entre a paisagem que sente,
Procura no sol e na chuva o Paraíso.
Todo o Ser é vencedor e vencido,
Sempre de olhar fixo na humanidade;
Caminha pelo pecado ou arrependido
A fim de receber o troféu da sua bondade.
Rasgam nas lutas, dias e noites, os clarões
Que reflectem nas conquistas desejadas;
Estreitam as partilhas e as visões
Tornando nossas vivências libertadas.
A primavera ilumina com encanto,
Guia na Terra o lindo destino;
Os campos cobertos de florido manto
Pela criação de Deus Divino!
Porém, os silvados trepam seguros
No meio de riachos e matagais;
Vegetam, livres, por terrenos futuros,
Silenciam heranças de avós e pais!
Setúbal, 17/04/202l
Inácio José Marcelino Lagarto
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