(foto retirada do google)
Santo António de Lisboa
Este ano ficamos em casa!
O vírus a vida magoa,
Não há sardinha na brasa.
Lisboa não tem romaria
Nem salta a fogueira na rua;
Falta o bailarico com magia
E da janela espreita a lua.
Não há noivado no altar,
Fausto cortejo de emoção;
Foguete no céu a estoirar,
O belo manjerico e o balão
Olham as estrelas com graça
Segredando confidências;
O povo, circula e não abraça
Vai ajudando as Ciências.
Em tom calmo de quem ama
Segue cantando o Fado;
A guitarra pela voz clama,
Mantêm o sonho acordado.
O Poeta alegre e gingão
Na tasca bebe uma ginjinha;
Aquece a alma e o coração
E pela Cidade caminha.
Acorda a terna alvorada
A fim de beijar o novo dia;
Pisa as pedras da calçada
Entre palavras com melodia.
Donzelas e rapazes risonhos
Não acendem as lindas velas;
Ficam na sombra tristonhos
No cais, das velhas caravelas.
Setúbal, Junho de 2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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