quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

BARCO À DERIVA


Se calo, não penso,
Se penso!... Não calo;
Já não sei como lidar,
com alguém, como um político -
Vende banha, no apregoar.
Tão triste é minha sina,
Como mudou o meu viver!
Levo o tempo à esquina,
Com tão pouco por fazer;
Vejo rosto hostil, distinto,
Cruza-se na estrada da vida;
Ao vê-lo, logo pinto -
Agoniza de velha ferida.
Sou um mero caminhante,
No meio da algazarra;
Aqui e ali, sigo errante,
Pareço barco sem amarra.
Navego num Lago profundo,
Alimento meus desvarios;
Ando perdido,
Moribundo
... Mergulho sem sentido,
Em puras águas dos Rios.


Setúbal, 10/02/2009
Inácio Lagarto

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