O pensamento navega no mar da vida,
viaja pelo mundo, sem rota nem destino!
Procura auxílio noutras paragens.
Divaga na noite escura, sentida...
visita o Sagrado, como peregrino,
vive um sonhar de belas imagens.
Acorda a manhã! Olha a claridade!
Sem um cais aonde ancorar,
cheio de fome de viver, com medo.
A mente balança na tempestade,
longe da terra, presa ao mar
vai escrevendo... poemas em segredo.
Embriaga-se na palavra como no vinho,
em versos de fantasia louca!
De corpo sonhador insatisfeito.
Na partilha encontra o caminho,
como pão que alimenta a boca
esquecendo a dor que sente no peito.
Nascem cantares, festejos e o sorrir;
empresas, avanços da tecnologia...
somados a muitas primaveras.
Filhos do Tempo irão surgir!
Acendendo a luz do novo dia,
apagando as meras quimeras.
O Poeta, ama a noite e seu calor!
Ilumina as madrugadas
nos seus desejos irreais.
Pinta a alma, dá-lhe cor,
com figuras bem lavradas...
dos verdes campos e dos trigais.
Setúbal, 19/04/2017
Inácio Lagarto
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