O céu de Maio não esqueço
nem a perda que não mereço,
ao romper da juventude.
Mudou minha terna atitude,
com herança fresca a florir
e, naquele dia vi partir.
De corpo e alma estou vivo!
Com doce rimar fico cativo
à corrente, batendo na mágoa
que à fonte trouxe água
e ao olhar, lançou fumo
porque perdi...força e rumo.
São anos inteiros sentidos
entre os claros e os mais límpidos
com o sol, no astro, a brilhar!
Eu, jamais deixando de sonhar.
De esperança enriquecida...
nesta paisagem verde florida.
A mente, consolou a harmonia
acendendo, a luz da alegria
com a vinda da linda rosa!
Real, inteligente e garbosa,
repleta de amor e ternura...
deu-nos paz, conforto e ventura.
Não se apaga na memória
o que nasceu como vitória...
de sonhos quentes e desejados.
Ramos da árvore foram agitados
pelo fruto que se quebrou!
Sem ideal! A tristeza nos deixou.
Durmo nesta sonolência
iluminando a consciência...
evocando ao peito aquele laço!
Que adormeci no meu regaço.
Reina na Família, calma razão,
na voz sublime do coração.
Setúbal, 01/05/2017
Inácio Lagarto
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