São contas do doce rosário
do tempo, na estrada do sonhar!
Quando ainda era criança.
Guardadas na gaveta da minha mente,
fechadas à chave no meu armário.
À noite, no silêncio, as vou buscar
em segredo, com confiança!
Acende-se uma luz...ali presente.
No candeeiro da memória,
a claridade encontra a partilha!
Somadas dão força à razão
alegrando o infinito.
Glorificam a esperança e a vitória,
protegem...servem de mantilha
quando tocam no coração.
Acalmam o viver sem um grito.
No longo meditar profundo...
são símbolos, nesta imperfeita vida,
enquanto o homem tanto labuta
e à humildade nos conduz!
Para um dia melhor! Paz no mundo!
Cuja virtude seja mantida
na chama nobre na luta,
pelo sinal da Santa Cruz.
São contas, na soma dos anos,
saldo do extracto bancário
ou, da compra no supermercado!
Tudo escriturado nos consola.
Subtraídos alguns desenganos
resta...o balanço imaginário
e o terço da fé embelezado,
desde o aprender na Escola.
Setúbal, 27/05/2017
Inácio J. M. Lagarto
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