(Mote)
Tenho o relógio adormecido
Ao calor da emoção
Sinto o fogo enlouquecido
da cor na face, Vermelhão.
1)
Levo o dia acordado
dando corda ao meu lutar;
como um pássaro a chilrear
no poleiro equilibrado...
vejo o tempo aumentado.
Na estrada distraído
quero viver, ser contido,
ouço frase maldita,
numa força aflita!
Tenho o relógio adormecido.
2)
De pensar desolado,
com febre sonhada intensa;
surgida da mente densa
em lugar bem prendado...
numa viagem encantado.
A luz brilhante da paixão
à amizade estende a mão,
omito sinal de gozo,
estéril e tedioso!
Ao calor da emoção.
3)
Numa jogada emocional
entre vidas inseguras;
mergulho em almas puras
na busca de um ideal...
na vontade desigual.
De sentimento florido,
pelo momento vivido;
numa ânsia ardente
escuto, a voz presente!
Sinto o fogo enlouquecido.
4)
De corpo magoado
e coração batendo;
com a mágoa sofrendo
ando de lado para lado...
calando o meu pecado.
Unido ao cálice no balcão
como quem pede perdão;
sem receio e sem medo
ao zelar em segredo!
De cor na face - Vermelhão.
Setúbal, 11/09/2017
Inácio José M. Lagarto
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