segunda-feira, 16 de outubro de 2017

PAÍS EM CHAMA


Este sol de calor ardente
traz o fogo no atear;
aparece silenciosamente...
resiste ao Povo, ao dominar.

Segue no tempo perdido,
rompe a terra brilhante!
Sopra no caminho enfurecido,
numa chama triunfante.

Com cobiças faustosas
a floresta fica queimada.
Granitos de negras rosas...
tornam em arte platinada.

Na noite, ouvem-se ao longe
lamentos...choros aflitos!
Casas, Igrejas sem monge,
ao som da Família aos gritos.

Correm, baldes de água, na hora!
Dos penedos soltam estilhaços...
numa união, melodia sonora.
Dos palheiros, cinza, em maços.

Implora-se chuva, aguaceiros,
sem a fúria do vento que agite!
O cantar triste dos pinheiros...
cuja desgraça não açoite.

Tombam árvores frondosas,
fogem aves das ramagens...
dos seus ninhos saudosas!
Morre o gado sem pastagens.

Perde-se no estender o olhar
por horizontes, por afagos.
Escuta-se o riacho.... a murmurar!
Vê-se a mata, sem frutos nem bagos.

Setúbal, 16/10/2017
Inácio José M. Lagarto

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