Caminho nos sonhos, desbravando,
Por campos frutuosos sem fim;
Aqui e ali o ideal fui semeando,
Ao sol e à chuva fortificando
Com palavras floridas neste jardim!
Faminto de viver mudei de tema
E para saciar meu pensamento,
Nasceu desejo, lavrei um poema!
Na saudade criei novo dilema
Que chegou e partiu como o vento.
Trago de Viana e de Évora o versejar,
Das horas sonhadas na solidão
Em que a lua vinha iluminar,
Meu corpo, minha mente acalmar,
O bater acelerado do coração!
Como Florbela sou Alentejano!
No barro esculpi a Arte de Oleiro,
Na Escola em solo transtagano.
Em Viana do Alentejo tracei plano
E acordei do silêncio por inteiro.
Nas águas correntes do Rio Sado
Amarrei a vida do gado, do pastor,
Beijei a cidade e o mar salgado;
Pela paisagem fiquei encantado,
Por Setúbal! No valente pescador!
Nesta viagem longa enraizada
Há uma luz acesa a brilhar
Que orienta o olhar na cruzada;
Não esquece filhos, mulher amada,
Nem o planeta de tanto lutar!
Setúbal, 16/12/2020
Inácio José Marcelino Lagarto
Sem comentários:
Enviar um comentário