sábado, 27 de setembro de 2014

SOU FILHO DO BARRO


Sou filho do barro!
Caminhei na roda da vida
por entre ramagens sem fim,
na busca da liberdade.

Da terra, trago ambição,
dos altivos sobreiros;
das searas ondulantes,
onde os homens arrojados
fazem do trigo, belo pão.

Cresci com a frescura
da videira a florescer,
quando o sol está no alto.
Cheiro, ainda, o rosmaninho 
pedindo ao alecrim
que sopre... devagarinho!
Não abafe o Amor.

Trepei na árvore do sul,
bebi na corrente solta;
da calçada fui amigo...
olhando o céu azul.

Sou filho do barro.



Setúbal, 27/09/2014
Inácio Lagarto

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