sábado, 10 de junho de 2017

MINHA MENTE, MINHA TELA

                                                                 (Dórdio Gomes)

Uso a mente, minha tela
com um fundo esbranquiçado!
Sobre palavra  que vou desenhar.
Uma paisagem, vida numa aguarela,
com mãos firmes criar um sombreado...
mistérios livres em traço por apagar.

Lá longe, fixo, está uma candeia,
uma nuvem levando as emoções!
Conforme a hora e o tamanho.
Sua luz a Terra incendeia
em desejos férteis e de ambições...
nos frutos, das árvores, que apanho.

Falo do monte ninho aconchegado,
da nascente e do rio a correr!
No meio do campo por semear.
Muito perto, vive um povoado
com confiança no seu crescer...
Janelas abertas para o sol entrar.

Dos sonhos rasgando horizontes
sem olharem às distâncias!
Nem à chama forte do Existir.
Lamaçais fazendo de pontes
às viagens errantes com ânsias...
deixam à primavera o florir.

No salpicar de frases como lição
há um grito pronto a murmurar!
Ao coração alma de gente.
Sentimento, sede de paixão,
triunfantes na Poesia e no Amar...
na linguagem ali presente.


Setúbal, 11/06/2017
Inácio José M. Lagarto

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