quinta-feira, 6 de maio de 2010

MEIGO CORCEL


Quando um dia fui rapaz
Percorri ruas e valados
No meu corcel feito de cana;
Prendia-o, na argola da choupana,
Com meus desejos sonhados
Na busca da doce paz.

Criança de mente aberta,
Cavalgava livremente
Tomando as rédeas do destino;
Com a graça de menino
E de galhardia valente
Gritava ao tempo em alerta!...

Naquele sorrir junto ao peito
Soprava no rosto a frescura.
A esperança era o farol
Na montada, raiava o Sol
Com o saltitar da ternura...
Nada no Mundo tinha defeito!

Fazia a força relinchar...
Aquele cavalo era veloz!
Eu no querer criava chama.
Hoje, com saudade ou mesmo lama,
Meu imaginário usa a voz
Dá exaltação ao lutar.

Setúbal, 06/05/2010
Inácio Lagarto

Sem comentários: