sábado, 17 de julho de 2010

GAVETA DOS SONHOS


Ao usar a mente e a caneta
Não apagamos o sofrimento
Neste caderno da existência
Com o coração torturado
No que guardamos na gaveta.
O bom e o mau momento,
Sem excluir ressentimento
À espera de clemência
Em que o sentir foi mergulhado,
No recordar o que fomos
E naquilo... em que vivemos!
Neste céu abençoado
Para que o sonho não se derreta.

O recordar nada ignora
Nem os segredos bem guardados
Numa alegria vivida
Como a riqueza na hora.
A alma à gaveta implora
Que mostre os sonhos sonhados
Em que o criar vive presente
Na caminhada ferida
Porque o Ser pensa e sente
Num alerta, como sineta.

Guardada que é a recordação
Em segredo na memória;
Paira no tempo a razão
Cada silêncio, tem sua história.

Setúbal, 17/07/2010
Inácio Lagarto

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