quinta-feira, 22 de julho de 2010

TEMPO SEM TEMPO


Há um tempo para nascer
Não há relógio no amar;
Algum tempo na partilha
Resta pouco ao viver
Quase nada para sonhar.
A luz da vida cintila
Ao segredo
E faz arder
Ela o caminho trilha
Dá mantilha
Na protecção ao medo
Reforça o lindo querer.

Tudo no tempo é traçado
Guia lutas e espaços
Quando na mente se confundem.
Tempo de ambição ou finito
Neste sentir nunca dito
Que no peito fica guardado
No unir, tão belos laços.
Há um tempo que não esquece
O calor que vem da alma
Nem o tempo arrefece
Quando silêncio surge molhado.

O que move o pensamento
É o tempo da razão;
Mesmo que seja cinzento
Traz a força do coração.


Setúbal, 21/07/2010
Inácio Lagarto

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