segunda-feira, 19 de julho de 2010

ISCO DE VILÃO


Trago meu peito revoltado
Desta vida de ocasião
Por cobiça de arrebatante
Como outros sou roubado
Como fruto de vilão.
Sou um mero caminhante
Que ouve o sonar do vento;
Traz segredo e lamento
Neste mundo de mentira
A quem com honra serviu.
Estão cortando o sonho à tira -
Pouco importa se feriu...
O amor que foi gerado!

Somos isco da ganância
E pelos poderes desprezados;
Somos a seiva humana
De bela força e fragrância
Nos saberes tão mal tratados
Com palavras livres e puras
Que esquecem brutais agruras
Na conquista de novas metas
Nesta partilha tirana
De verdades nada concretas
Trazidas, com o tempo, da infância.

Até os rebanhos despertos
No sofrimento e na dor
Esperam momentos certos
Para fugirem do pastor.


Setúbal, 19/07/2010
Inácio Lagarto

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