sexta-feira, 24 de abril de 2009

ESPERANÇA PERDIDA


Gritam às pedras da rua,
Falam com seu coração;
Vêm a vida, nua e crua,
Sentem dor e paixão;
Vêm carros, gente a correr,
Como um rio a transportar água,
Olham Famílias, sem viver,
Envoltas em triste mágoa -
Ao mar, a corrente, não vai chegar;
Trazem o universo ao colo,
Beijam a solidão,
Baixinho, gemem pregão,
Porque um dia... Alguém foi tolo.
Quiseram no sonho acreditar
E, vivem no abandono;
Reflectem sobre liberdade,
Entre silêncio verdade,
Lágrimas sem sono;
Perdem Mundo, como dono,
Resta esperança, sem idade,
Do querer que os invade.

Setúbal, 23/04/2009
Inácio Lagarto


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