quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

APREENSIVO




O tempo corre veloz!
Pelos dedos, das mãos, me escapa,
sempre à espera do agarrar.
Na minha boca, seca-se a voz
e a mente, procura uma capa,
em que se possa agasalhar.

Vejo o amanhã, apreensivo
sobre o sonhar, em que dormi,
cujo olhar, por horizontes, girava!
Rodeado de porte altivo,
no viver que antes vivi.
Bela estrela me iluminava.

Ingénuo, acreditei na razão,
na força que não julga a idade
nem o tempo consumido!
Pela folha do calendário.
Resta a memória, fiel à paixão,
na caminhada e fraternidade;
o fruto amado, distribuído
ao sentimento, criado ou sofrido,
como parte do imaginário.

Quero satisfazer, ter coragem!
Quero gritar, bem alto, ao mundo,
com cabelos brancos emaranhados,
minha vontade e desejos.
Quero abraçar, partilhar a imagem,
falar do meu amor profundo,
dos medos pré - anunciados!
Acaricia-los com beijos.


Setúbal, 08/02/2017
Inácio Lagarto


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