terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MODELANDO A VIDA



Desfaz-se o sonho da vida,
durmo sobre moinhos de quimeras
na sombra confusa do futuro.
Ouvem-se esperanças sentidas
na contagem das primaveras,
num cenário inseguro.

Consolam saudades do passado
em que o sol, quente, amanhecia!
Dias e noites no caminhar.
Tinha um ninho aconchegado
cuja alvorada rompia...
querendo o mundo desbravar.

Ia moldando ternos versos,
embalando neles o coração!
De olhar fixo no horizonte.
Com o tempo ficaram imersos
em nuvem incerta sem clarão,
trazendo água como  a fonte.

Hoje o corpo está molhado
pela miragem, de outro amanhã!
Na verde lide transtagana.
O som da pauta foi trocado,
a música entoada por novo clã
com a trovoada insana.

O vento sopra loucamente
neste canteiro alegre de flores,
erguido em próspero chão.
Sensação no querer que sente,
vai bebendo da brisa odores!
Do prazer, amores e razão.


Setúbal, 21/02/2017
Inácio Lagarto


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