De mãos dadas com a Poesia
vem para a rua a liberdade!
Cansados dos deuses, os foliões,
vestem ilustres fantasias...
ao som da música e da alegria.
Dançam, quase nuas, as bailarinas
exaltando a frontalidade!
Projectam imagens divinas.
Surgem as velhas sinas
entre trabalhadores e patrões.
Ao Povo é dada a palavra
como juiz do tempo sem medo,
no tribunal da vida a julgar.
Advogado com douta lavra
defende a causa em segredo
não omitindo o fértil pecar.
Há expressões e saudade
no brincar dos oprimidos,
com belo sonho no pensar.
Trasvestem -se de paixões:
- de médico, político e engenheiro...
mostrando, partilha e falsidade,
em negócios, ruinosos, atrevidos.
Não faltam as televisões no ar,
entrevistas, comentários, ilusões
sobre futebol, banca sem dinheiro .
Mascaram-se adultos e crianças
nos festejos do Carnaval!
Em que brota a imaginação
nos Corsos enfeitados com labor.
Trocadilho, evocado, não faz mal,
no divertimento e criação...
dando força ao Sonhar, ao Amor.
Setúbal, 26/02/2017
Inácio Lagarto
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