sábado, 18 de fevereiro de 2017

CHEIRA A PRIMAVERA


O inverno no olhar se desterra,
os ventos trazem a primavera
e na Arrábida, já desponta a flor .
As gaivotas aproximam-se da terra,
deixam o Sado! Azul quimera!
No dorso do golfinho cavalga o Amor.

Peço ao Senhor do Rio e do Mar
em que navegam as emoções...
me deixe admirar tanta beleza!
Os risos, segredos do ondular
em que mergulham os corações,
secando-os na toalha da Natureza.

O sol à tarde empoeira o ar!
Vejo a Serra toda aos recortes
protegendo como um santuário.
As estrelas, no céu, ficam  a orar!
Firmes, luzentes, em belos portes
desfiando as contas do rosário.

Rezando com as nuvens e os pescadores
a noite e o luar parecem donzelas,
seguindo a traineira docemente.
Levam redes, apetrechos dos labores
e pela corrente erguem as velas...
para descanso da força e da mente.

Pela alvorada tocam os sinos!
Saudosos da Vida perfumam
na água, os sonhos no embalar.
Alegres, cantam ternos hinos!
A Família abraçam, acarinham...
quando no cais, a traineira atracar.

Setúbal, 18/02/2017
Inácio Lagarto



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