Alentejo da casa caiada
Em Península sonhadora;
Da terra fértil abençoada,
De gente nobre acolhedora.
Brindam ao sol e à chuva,
Ceifam no verão a semente;
A seguir surge a vindima da uva
Festejando com alma contente.
Sentem orgulho no povoado,
Do povo honrado alentejano;
Adoram o gado e o montado,
A chama do querer humano.
Na tarde mansa a voz implora
Por descanso, paz e carinho;
Aguardam a luz da aurora
Para palmilharem novo caminho.
Naquele falar de som dolente
É um eterno apaixonado;
Sabedor, criativo de mente,
Partilha a vida de braço dado.
Traz do tempo a desventura,
A luta entre força e gemido;
Trabalhador honesto de bravura,
Escuta no silêncio junto ao ouvido.
Na taberna refresca os cansaços,
Pensa na saudade, na emoção;
Com o amigo estreita os laços,
Murmúrios, segredos do coração!
Setúbal, 11/02/2021
Inácio José Marcelino Lagarto
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