sexta-feira, 22 de maio de 2009

O POVO TREME


Porque o passado conheceu
No futuro acreditou
O perigo não morreu
Este presente, nada ditou


I
Estamos fartos, desta vida,
Dos génios que a governam;
Só a mentira nos deram,
Naquele jogo da escondida;
Com a partilha dividida,
O fiel Sol escureceu.
Fecham emprego que alguém deu,
O pobre, vive em aflição,
A Economia é inquietação,
Porque o passado conheceu.

II
Cuidado!... Não ande na rua!
Não existe, bom confiar;
Se há empréstimo, por pagar,
Humilde casa, não é tua,
Supremo Fisco, chama-lhe sua.
Nossa memória falou...
Triste coração acordou...
Chora Povo de saudade!
Por aquele querer de igualdade,
No futuro acreditou.

III
Voa esperança, em debandada,
Leva suor, de terna gente
Que cantava alegremente,
« Sonho - de - Abril » em alvorada;
A bandeira foi trocada,
Pelo Capital Europeu.
Fresca verdura cedeu,
Neste Mundo da Tecnologia,
Sem escrúpulos e com magia,
O perigo não morreu.

IV
Recuperou velho bordão,
Tudo promete e, pouco dá;
O coveiro, utiliza a pá,
Faz crescer a corrupção;
Da pesca e campo, rouba o pão,
A fome ressuscitou;
O Céu azul paralisou,
As estrelas, fogem do espaço,
A Terra pede, um forte abraço,
Este presente, nada ditou.


Setúbal, 21/05/2009
Inácio Lagarto





Sem comentários: