domingo, 8 de agosto de 2010

SILÊNCIO RUIDOSO


Na noite o silêncio fala
A mente pensa
Divaga o sonhar;
Tristeza cala
Mergulha na indiferença
Solene no perturbar.
São visões ao querer
Partilha do viver
Que surgem em segredo;
A saudade embala
Viaja sem medo
E vem temperá-la.

Endeusa o sonho
Perde-se na inquietação
Naquela estrela luzindo;
Feitiço risonho
Retracta a razão
Na liberdade florindo.
Em peito iguala
A alma aquece
O despertar arrefece
Fere a vida como bala.

Ruidoso que foi o dormir
Traz ao dia a lucidez;
Na essência do existir
Só a poesia não desfez.

Setúbal, 08/08/2010
Inácio Lagarto

Sem comentários: