quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

SONHO DE VIDA







Meia noite... um Novo Ano surge!
A vida vive alegre na cidade,
O Ser beija, brinda...sem idade,
foguete em clarão, no ar, ruge.


Cantam com alma e voz trinada,
Os olhares brilham... sem hesitar;
Há tempo p´ra sorrir e amar
Ao som da última badalada.


A taça é presa, com força ardente,
Num desejo e querer pendente...
Perguntam aos Céus... o que falhou?


Há gritos e mistérios sofridos
Emprego, saúde, amor, são pedidos
Ao Novo... que o velho acabou!


Setúbal, 30/12/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ANO NOVO




Desculpa lá meu amigo
Ano Novo vai nascer;
A Pomba chega com medo
Traz uma pena a cair.
Há quem olhe ao seu umbigo
Deixa o irmão sofrer...
Tira o sonho em segredo,
Neste viver a florir.
A esperança embala
Vem abrir nova janela
Para o sol entrar nela
A voz não se cala...
A criança conta contigo.

Quer ver a claridade
Soprar o vento e sorrir;
Alimentar o pensamento
Voltar a outro Natal.
Sem uma vida vazia
Que traga doce porvir
Sem rumor e lamento.
O sono já é antigo,
A taça é sempre igual
Parar beber ao Novo Dia;
A noite é longa e fria,
Ouve bem... ao que te digo!

Nesta Noite a luz se apaga
No céu azul brilha o manto;
Com mãos, ao alto, se afaga
E se aquece o encanto.

Setúbal, 28/12/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

LUZ ESTRELADA


Nesta Festa Abençoada
Caminha a esperança ferida
Neste Mundo em turbilhão;
O homem, vegeta, no nada,
Luta por uma guarida
Por trabalho e pelo pão.
De melodia sentida
Vai perdendo a condição
Depois, da hora badalada.

Dezembro triste e bizarro
Em que o tempo está frio...
Gela o corpo no barro
Com o sonho que partiu.
No Universo surge a calma
Com objecto e aliança,
De suave mão trocada
Apertam a força da alma;
Esquecem a confiança
Que na Quadra é renovada.

A luz nasce estrelada
Na viagem com harmonia;
Torna a existência ousada
Que aquece... Nobre Dia.

Setúbal, 17/12/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

L U Z DE N A T A L


Natal é União
Paz e Amor!
Afaga a paixão
Ilumina a esperança
Ofusca a ingratidão;
Aquece o coração
Ao nascer uma criança.

O Mundo esquece o mal
Usa de hipocrisia
Sossega o irreal
Acende o farol da fantasia
Nada fica igual
Floresce o dia.

Olhem o Natal
Esqueçam o pensar
Do tempo diferente
Porque afinal...
Só muda o falar;
Usem a mente
Acalentem a voz
Dêem bom presente.
O social seduz
O ano é veloz
NATAL... É LUZ!


Setúbal, 13/12/2010
Inácio Lagarto

sábado, 11 de dezembro de 2010

DIA DE REIS




Vieram Reis do Oriente
Em dóceis camelos montados;
No belo vestir imponente
Por pajens acompanhados.

São chegados a Belém
Para adorar Deus Menino;
Da manjedoira uma Luz vem
Daquele Mestre Divino.

De olhos postos aos céus
Com segredos iluminados;
Cumprem deveres seus
Sonhos que foram sonhados.

Trazem prendas no tesouro
Sinais de eloquência;
Para um tempo vindouro...
Sábios Homens da Ciência.

Com perigo na viagem
Já Natal tinha ocorrido;
Numa gruta com folhagem
Jesus Cristo tinha nascido.

No meio de aclamação
De pastor e fazendeiro;
Eles... Nobres em ovação
Ofertaram bom dinheiro.

José e Maria são pais
O Filho é Rei e Senhor;
Todos os anos surgem Natais
Lembram Paz e o Amor.

Setúbal,11/12/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CANTAR AO MENINO


Vamos cantar ao Menino
Nova esperança Dele vem;
Dorme em palhas o Pequenino
Que nasceu lá em Belém.

Vê-se uma estrela a brilhar
No céu, mais azul, tão lindo;
Homens do pastorear
Adoram Jesus dormindo.

Vieram Magos em caminhada,
Seguindo a Luz Divina;
Foram dias em longa estrada
Para cumprir a sábia sina.

Trouxeram mirra e ouro,
Não faltou o rico incenso;
Belas prendas no tesouro
Como garante de amor imenso.

Os três Reis do Oriente,
De joelhos postos no chão...
No meio de tanta gente
Iluminaram a escuridão!

Meus Senhores aí da casa
Tragam emprego, vinho e pão;
Venha da queima uma brasa
Para aquecer o coração.

Setúbal, 05/12/2010
Inácio Lagarto

domingo, 5 de dezembro de 2010

A VIDA É BELA


A vida é bela
Vamos amá-la;
Sentir, vivê-la
E respeitá-la.

Correr, saltar
Em liberdade;
Nosso lutar
Não tem idade.

Somos crianças
Com amanhã;
Lançamos lanças
Com alma sã.

Vencemos sonhos
No caminhar...
Planos risonhos
No seu rasgar.

Nosso existir
É renovar...
Saber florir
No verdejar!

Nesta viagem
De ideais;
Toda a voragem
Bate no cais.

Setúbal, 04/12/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DEZEMBRO


Dezembro mês do frio
O Existir ali nasceu
Em renovado Natal;
A força floriu
Numa máscara rompeu
E nada foi igual.
Despertou a caminhada
Seguiu feliz na estrada
Na fúria do vencer;
A vida foi prometida
Em desejo de crescer
Nesta viagem sentida
O sonho... sorriu.

O tempo corre veloz
Repousa no soluçar
À procura de alguém;
Faz silenciar a voz
Acorda o procriar
E na minha fé também...
Mistura-se com o futuro.
O que ontem era escuro
Tornou a esperança concreta -
Mistério ou desvario
Na fórmula em hora certa,
Segura alma que não partiu.

Flâmulas de cores e histórias
No criar e no desejo
De façanhas e memórias
São vivências do Alentejo.

Setúbal, Dezembro de 2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

FILHO DO MUNDO


Trago no peito o sol nascente
Do Alentejo abrasador;
Sou filho da planície
Em solo de Viana a alma sente
Tardes de Évora... geram amor.
O Sado é meu encanto
Nesta Serra a florescer;
A poesia serve de manto
A Cidade doce pecado
De coração aconchegado
Neste paraíso... existente!

Vou partilhando paisagem
Entre a terra e o mar
E de frente... olho a vida;
Em tão bela romagem
Não silencio o sonhar.
Em caminhada resumida,
Como cantar que entoa
Lembro a ave que voa
Em suaves timbres... dispersos;
Doce viagem não mente
E à noite... elaboro meus versos
Doados à minha gente!

Como a luz que nos abraça
Por um dia ter nascido
A primavera tem sua graça
Entre amigos que tenho tido.


Setúbal, 21/11/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

É NATAL... MEU IRMÃO


Acendam-se estrelas no céu
Venham aclarar ténues mentes;
O homem no tempo esqueceu
A Criança que nasceu
Fez brilhar luz refulgente.
Linda data das certezas
Em que a alegria se encanta
Descem esperanças às mesas...
Com beijos e fé tanta
Numa graça musical
Neste mundo sofrido -
NOITE DIVINAL!!!
De sonho florido
Entre o bem e o mal
...Ninguém e nada é esquecido.
O sentir existe
Quadra de emoção
Abre alas ao caminho
Ao viver não desiste
Há procura de carinho
É NATAL... meu irmão!

Setúbal, 18/11/2010
Inácio Lagarto

domingo, 14 de novembro de 2010

NASCER DA MADRUGADA


Nasce sol da madrugada!
Vem temperar nosso medo;
Sem calor não há nada!...
Sono à noite guarda segredo.



Tenho pressa quero viver
Procuro a liberdade;
Neste tempo sem idade
Vejo o Mundo a padecer.
Os homens andam a vender
A angústia resvalada;
Fica esperança soterrada
Com sentimento e tristeza...
Fomenta sonho em pobreza
Nasce sol da madrugada!

O mistério abafa a vida
Neste terrível momento;
Só não tiram pensamento
Porque arrasta dor sentida.
Com a alvorada foi erguida
Quando o cravo floriu cedo,
Fez esquecer o degredo
Soube encontrar o caminho;
Regressa flor devagarinho
Vem temperar nosso medo.

Mostra estrela...no teu manto
Que a alma anda vazia;
Sonolento à melancolia
O emprego é nosso encanto!
Somos mendigos em pranto
A paz segue encurralada;
Os poderes vendem estrada
Trazem de volta a solidão!
Herdada doutra razão
Sem calor não há nada!...

Embrenha-se o futuro
Por arrogância e vaidade;
Não olham à vontade
Por vício errante e obscuro.
O presente não é seguro
Cresce em trama o enredo...
Com a sombra do penedo
Apaga a luz do dia!
A viagem é de magia
Sono à noite guarda segredo.

Setúbal, 14/11/201

Inácio Lagarto






sábado, 6 de novembro de 2010

GRITO À LIBERDADE


Saudade já aqui mora
como água a jorrar;
tirada ao poço com a nora
quando o Povo por paz implora...
quer ver a terra regar!


Deixa o trigo crescer
para mais tarde colher o grão;
olha o sol ao nascer
que vem a vida aquecer
e leva à mesa tão belo pão.


Não corras depressa amigo
partilha... na caminhada!
O tempo anda contigo
naquele sonhar antigo
e sem o sonho..  resta nada.

Deita à rua a escuridão
segue em frente no destino;
limpa o rosto da solidão
que queima em exalação,
acalma a alma em desatino.

Grita de frente à liberdade
como a criança que ficou;
foi ganha com a idade
modelada na vontade...
que à faina conquistou.


Setúbal, 06/11/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

OLHEM... AS ÁRVORES AMIGAS


Vivemos frenéticos, exigentes
Neste futuro a soluçar;
Os sorrisos são diferentes...
É preciso saber mudar!

O Mundo vegeta em pecados,
Os Seres... trocam de roupagem;
Desde criança cumprimos fados,
Chagas da vida seguem em romagem.

Na escola bebe-se a lida
Porque o sonho traz bela graça;
A esp´rança fica esquecida
Todo o tempo, depressa passa.

Que importa a mudança
Quando não bate o coração?
Ela ilumina a confiança
Aquece o viver... com paixão!

Abram asas ao renovar,
Libertem galhos de fadigas;
Atirem as mágoas ao mar
Olhem... as árvores amigas!

Setúbal, o3/11/2o10
Inácio Lagarto

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AVE VOADORA


Há mistura
Envolvimento
Sensatez
Doçura;
Pequenez
Num acto de amor
E, muito calor...
Não pensar no que se fez!
Recorda-se a glória
Evoca-se o passado;
A vida é bela história
conto bem guardado,
No cofre da frescura.

Desfolhado o rosário
Do crente apaixonado
No verbo sorrir;
Abandonado o templário
Deixou de ser rezado
Pelo tempo que... quis partir.
Levou a ilusão
No aquecer o coração;
Vai florescendo a censura
A idade secou
Com o sol da formosura.

Este vaivém do brincar
Torna a lida suave;
Houve magia no sonhar
Em voo igual ao da ave.

Setúbal, 29/10/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

C H U V A


A chuva caiu
O tempo chorou...
A nuvem se abriu -
Vento sacudiu,
A terra molhou!

Despertou vontade
Silêncio vagabundo;
Pranto e verdade
Falsa liberdade...
Neste mundo surdo.

Triste a Natureza
...Alagou espaços;
Oscilou firmeza
Cheia de incerteza...
Foi esquecendo laços!

Desceu ao casario,
Montes e valados;
Rompeu em desvario
Deu caudal ao rio,
Entre perigos dados.

Vitórias sentidas
Razão da existência;
Segredos de vidas
Paisagens feridas,
Ilusões ... falência!

Setúbal, 24/10/2010
Inácio Lagarto

LIMPA A ALMA


Chora meu amigo
Limpa bela alma!
Esquece o umbigo
Que mora contigo,
A fúria acalma.

O perigo já passa,
A luz vem brilhar...
A vida abraça,
Omite a traça
Que anda a devorar!...

Polida e sombria
Regressa a alvorada!
A noite está fria,
Triste e vazia...
Foi antes sonhada!

O dia é certeza
No jardim das flores;
O pão vem à mesa
De esperança acesa,
Faz sorrir as cores.

Nas curvas do caminho
De horas inteiras...
Procura carinho
Não estejas sozinho
Acende... as fogueiras!

Setúbal, 23/10/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 19 de outubro de 2010

ANIVERSÁRIO


Manhã de Outubro desce uma Estrela
Vem à Terra uma menina beijar;
Como é bom sentir, sonhar e vê-la
Porque novo amanhã... vais abraçar!


A saudade que vem de longe... embala!
Dá coragem e reforça o viver!
Está contigo... em beleza e fala
Segue a luta da vida... tens de vencer!


Teus pais acalentam teu belo futuro
Foste e és a fantástica rapariga
Neste caminhar que, por vezes, é duro.


De coração fiel no bater...
Nesta data, recebe da voz amiga...
PARABÉNS... pelo teu renascer!


Setúbal, 18/10/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

ESCURIDÃO


O vento que passa, pela vida fora, não volta!
Pode deixar mágoa e um silêncio profundo;
Corre veloz em liberdade, à solta,
Carrega o peso e a maldade do mundo.


O sonho no homem vegeta... na escuridão
Destrói a força da luz da esperança;
Não repara no amor e na razão
Asfixia a vontade... na confiança.


Alonga a sombra na fome, na sede, no choro;
Na fábrica, no campo, no tempo e no sono
E o Povo, em ansiedade, grita em coro!


Acalmem a vaidade das incertezas;
O Universo é livre, é belo e sem dono
Para todos chegam... suas riquezas!


Setúbal, 10/10/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NOSSA HORA


Todos temos nossa hora
O dar rumo à caminhada;
Por ela seguimos nossa rota
... Tudo nela pode mudar
Numa vida fora.
Pode soltar uma guinada
Endireitar viagem torta,
Colocada à disposição;
No cismar, com olhos no chão,
A gargalhada pode voltar...
Bater de novo à porta
E a tristeza... vai embora!

Queremos subir no viver
Em criar novos rumos
Na busca da liberdade;
Desfrutamos do saber
Entre fogueiras sem fumos,
No calor da igualdade;
Aquecemos nosso Ego
Neste Mundo que está cego
E por quem o tempo chora...
Ele esquece a justiça -
Pouco importa a hora!

Quantos gritos arrastamos,
Feitiços e sonhos perdidos?!
Velhas páginas desfolhamos
Que ofuscam os sentidos.

Setúbal, 08/10/2010
Inácio Lagarto

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

S O R R I S O


Toda a vida tem poesia
Faz balançar o sonhar
Equilibra a fantasia
Tempera a harmonia
Neste tempo do remar;
Oscila entre o cansaço
Procura o chão incerto
À razão dá um abraço
Quando o coração está perto.
Como a rosa no brilhar...
A vida tem poesia
E horas tão desiguais!
Quando o amor se esconde
Atrás dos montes e trigais
Caminha, não sei para onde,
De sorriso a palpitar
No regaço, traz magia.

Setúbal, 06/10/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 5 de outubro de 2010

MUDANÇA


Vivem sonhos amordaçados
Pela cobiça...esquecem tudo!
Entre vazios mesquinhos
Cortam ramos renovados
Deixam sangrar profundo
Secam, como os vizinhos,
Raízes de forte gente.
É preciso haver mudança
Neste florescer com confiança;
A esperança não morre - sente
Entre caminhos trilhados.

Não chorem, no tempo,a mocidade
Nem a pernada que se partiu
Ou a árvore que envelheceu!
Olhem, em frente, a idade
Porque a vida, é como rio,
Corre veloz e não pereceu.
Todos os ventos são embalados
Com o querer das estações;
Trazem perfumes, escondidos,
Em desejos floridos
Vêm aquecer os corações
Nas noites negras, cansados.

Neste viver em reflexão
No dizer o que a alma sente...
Vai à terra, cresce o grão
Que reproduz, a semente!

Setúbal, 05/10/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PENSAMENTO OUTONIL


Nesta viagem do pensar
Sonha a partilha, em vivência,
Cai uma lágrima a rolar...
Pela brisa que se ergueu!
Sem respeito à cruzada
Esconde-se atrás da paciência...
Criando medo e tédio.
Torna os homens rivais
Omite que são iguais
Nesta breve caminhada;
Fomenta fome sem remédio
Que o amanhã... irá julgar!

Há mistério inacabado
Com Outubro ressurge o vento
Que o Verão levou;
Calmo sono é acordado
...A alma fica ao relento!
O escuro a perturbou
Naquela esperança adiada.
O passado foi cruz erguida
Num calvário de dor sentida
Que ao futuro tarda em chegar;
Vem disfarçado de nada
Numa folha... por rasgar!

Da frondosa árvore erguida
Duma raiz tão fecunda;
Tiram a sombra da vida
E deixam-na, ao Povo, moribunda.

Setúbal, 01/10/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 28 de setembro de 2010

MURMÚRIO


Mãe Arrábida está a escutar
O soletrar, em alta voz;
Deixa Albarquel a murmurar,
Por ver o Sado no espraiar...
Correndo veloz para a Foz!

Protegem a Cidade Bela
S.Filipe lá no alto -
Forte da Praia em sentinela;
A noite brilha, à luz da vela,
Aquece o sonho, em sobressalto.

Nesta água azul cristalina
Navega no leito... linda Baía!
No cais, acolheu a varina,
O pescador cumprindo a sina...
Riqueza que do mar trazia!

Neste painel de rara beleza
Em que Céu se funde com Rio
Aqui... floresce a Natureza!
Embriaga a força e certeza
E, ao futuro... exige desafio.

Nesta encosta verdejante,
Límpido lençol, de liquido quente,
No Verão, por areia escaldante,
Refresca a alma, ao caminhante
Porque o Sol... dá o que sente!

Setúbal, 26/09/2010
Inácio Lagarto

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

VENTO DE OUTONO


Vento de Outono chegou
Pairam nuvens no ar,
No fim de Setembro risonho;
A madrugada não calou
Este velho soluçar.
Surge tempo tristonho,
Janela do sonho... embala
Que ao presente prometeu!
Perturbado... esqueceu
De olhar pela vidraça,
Não viu o sonho voar
Quando a lâmpada, se apagou.

Não há esperança, sem ambição
Do passado, traz testamento
...Páginas do querer sangrentas;
Perdem-se na escuridão
Sem lerem o pensamento.
Não passaram pelas tormentas,
Rasgaram folhas pardacentas
Duma luz desmedida;
Só a vida não queimou,
Cinza leve perdida
Que um dia... o vento levou!

As estações são realejos
Tocam à razão... desgarradas;
Embalam sonhos e desejos
Fazem esquecer as cantadas.


Setúbal, 23/09/2010
Inácio Lagarto

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

SONHO EMBALADO


No percurso que é a vida
Com o nascer... surge o ouro!
No aprender lavra-se a prata
Que pode ser polida -
Coroada, com folha de louro,
Escolhida entre pura nata.
Percorrido o caminho
O homem, vai embalando;
Com seu grito... murmurando
Ninguém vive sozinho
Nem perde o sonhar,
Nesta dura subida!

Cavalgando no espaço
Na procura da razão,
Nesta alegre viagem;
O sol à terra lança laço
...Raio de luz à solidão
Que faz florescer a ramagem.
Na floresta perdida
Silêncios na hora calados;
Força de mente erguida
Seguem no querer montados,
Recebem o prémio da lida.

De corpo e alma amargurados
Duma ferida a sangrar;
Nesta nave, cumprem-se pecados,
Deixando o sonho de cantar.

Setúbal, 16/09/2010
Inácio Lagarto

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ONDE FOI PARAR O TEMPO?


Falta ao povo que hoje sente
Perguntar o que se esquece...
Onde foi parar o tempo?
O passado mora presente
A nuvem que rodeia, escurece.
Havia carroças na rua
Transportando os afazeres
...Pouco sobrava para lazeres;
Os avós davam mimos
A vida não era só sua...
Todos na família eram primos
Na charrete, viajava gente!

A chaleira encostava ao lume
O pão, na brasa torrado;
A panela, cozinhava sem azedume
O pai era... Chefe respeitado.
O cesto ia à vindima
A azeitona ao lagar;
Entre pinheiro, com lágrima, a sangrar
Crescia trigal, por montes acima;
A palha descia ao palheiro
Para gado impaciente...
Carne de porco ao fumeiro
Foi aquecendo a nossa mente.

Lembram- se janelas, com namoro,
Belos sonhos em sobressalto;
Os gritos das crianças em coro
Correndo velozes, sobre asfalto.

Setúbal, 14/09/2010
Inácio Lagarto

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CONSTRUÇÃO DUM SONHO


Hoje vejo que pouco sei
Corri atrás dum grande sonho;
Palmilhei quanto caminho?!
No céu, uma estrela agarrei.
Vi arco-íris risonho -
Do tempo recebi carinho
... Exerci uma profissão
Que ao viver deu a mão;
Pincelando a viagem
Na esperança beijei...
Para alimento da passagem
E, ao futuro... eu me dei!

Naquela tarde mansa
Fui operário construído
Mero Ser em embrião;
Com o dia a noite avança
Naquele sonho não vendido,
Ouvi a voz da razão.
Minha mente escutei...
Fez crescer o coração;
Dividido entre operário
Fui dando, força ao imaginário
E naquela onda naveguei!

Um novo mundo nascia
Desejava vida bela;
Mistério que em mim havia
Era construir... só p´ra ela.


Setúbal, 09/09/2010
Inácio Lagarto


domingo, 5 de setembro de 2010

VIVEMOS NO APRENDER


Do útero ao túmulo frio
Vivemos no aprender...
Nesta escola da vida;
Sofremos algum vazio -
Ganhamos muito saber
Numa passagem repartida!
A cobiça também distrai
Neste caminhar feliz;
Clama pela liberdade
Da partilha da verdade
Porque a primavera... assim quis
E, a corrente alcança o rio.

Aproveita o belo instante
Das mil razões ao sorrir;
Disciplina os afectos
... O perigo vive constante,
Nada o pode impedir.
Os traços não são correctos
Lutam atentos à viagem,
Sobre o sonho que coloriu;
Sem ordem tudo é em vão,
Há que educar o coração
Regar com alma, a ramagem
Porque o tempo não ruiu.

Nestas nuvens rendilhadas
Em que mergulha, destino humano
Mistura das cores lavradas
Em lindo quadro soberano.

Setúbal, 05/09/2010
Inácio Lagarto

domingo, 29 de agosto de 2010

CAMINHANDO


O caminho não se faz sozinho
Faz-se na vida fazendo;
Nele encontrarás carinho
Quando estiver anoitecendo.
Entras na curva da estrada
Terra batida sem calçada...
Segues o tempo devagarinho!
Vais colhendo uma flor
Adornas a doce mente
Deste sol abrasador;
Faz vibrar o que ela sente
Quando o cheiro... vem de mansinho!

Ele espalha encantamento
Nem sempre, com igual chama,
Na esperança adiada;
A força ao corpo clama
Aquela corrente embalada.
Neste percurso incerto
Pode surgir um espinho;
Nosso guia está por perto,
Ouve a fúria do vento,
Alerta o pensamento...
Que são pegadas do caminho!

Numa viagem emocionada
Da existência resumida;
O fim não é a chegada
O começo é ... A VIDA.


Setúbal, 29/08/2010
Inácio Lagarto

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ASAS BATENDO


Viajam amores vindos do passado
Com asas batendo, de saudade;
Deixam no voar, um pingo molhado,
Perdido no tempo, com o peso da idade.


Nunca se engana quem está vendo
Aquela linda flor que foi desposada;
Hoje, só um do viver está colhendo
A pétala, que deixou de ser regada.


Os feitiços, amores sensuais
No céu esvoaçam, em nuvens sonhando...
Nem sempre com espaços iguais...


Na seca terra caiu a semente,
Cresce a palavra e gesto espalhando...
Da raiz brota... a fiel gente!


Setúbal, 25/08/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SEMENTE NO TEMPO


Sou a semente que um dia sonhou...
Cresceu no tempo, em sobressalto;
Ao longo da vida, aprendeu e lutou,
Caminha vagamente, sobre asfalto!


Adoro os pensares que as noites não calam,
Mergulho na corrente embalada;
As águas mexidas comigo falam,
Desperto como a força da alvorada.


Viajo na floresta e rego versos
Plantados na infância, com magia,
Hoje colhidos... divagam dispersos...


São arrumos trazidos da primavera
Que cantam a alegre sinfonia
E trepam à sombra... como a hera!


Setúbal, 25/08/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 24 de agosto de 2010

SONHOS DE JUVENTUDE


Unidos num querer melhor
São os sonhos da juventude;
Neste mundo vendido ao pior
Que não combate vicissitude.

De mentalidade sã
Lutam no tempo, contra ventania;
Crescem para a vida, como talismã,
Paira futuro entre nostalgia.

Refrescam-se em águas do rio
E em terra lavrada semeiam.
No saber buscam poderio
E no amor se enleiam!

De braços abertos aos desejos
Somam verdade e ambição;
Para além dos doces beijos
Cobram ao sono a profissão.

Nestes caminhos trilhados
Vão esculpindo o poder;
De sentimentos rasgados
Que tornam verde o vencer.

O olhar frágil logo passa
Nesta noite de luz escura;
Porque a idade tem sua graça
E quanto bela... sua frescura!


Setúbal, 23/08/2010
Inácio Lagarto

sábado, 21 de agosto de 2010

MÃES NÃO MORREM


Nossas mães nunca morrem
São presenças aos desafios -
Dão alegria à atitude;
Um dia vemo - las partir...
No tempo ficam viajando
Só saudade não pereceu!
Transportam corrente, como rios,
Não olham à latitude
Seus afagos não fogem;
São únicas e universais
Que se regeneram tão iguais...
Elas vivem não morrem!

Somos filhos e pais, por magia,
A sua luz está presente
Nós ficamos a amá-las;
Em belo querer maternal
Com beijos, sem enganos.
Surgem delas por valentia
Nos acompanham eternamente
Seus segredos não se somem;
Na vida tudo é longo ou curto
Naquele abraçar astuto
Em serena caminhada... se movem!

MÃES - brilham no céu como estrelas
Projectam na terra o clarear;
Em noite de luar é vê-las
De força e desejo no piscar.

Setúbal, 20/08/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

TIQUE - TAQUE


A vida nos presenteia
Com pensar
Fantasia
No tempo semeia;
Faz crescer o lutar
Com coragem, na luz do dia.
Segredo presente
Com a noite falou;
Arrasta solidão
Feriu a paixão
O sonho quebrou...
No silêncio enleia!

Como água nos rios
Que das fontes chega à boca
Ela brilha como cristal;
Equilibra os desafios
Para saciar sede louca.
Líquido puro e leal
Faz o corpo vibrar
Corre livre nas veias;
Deixa a alma a sussurrar -
O sentir embalar...
Substância púrpura que vagueia!

Coração frágil e vazio
Sua missão é de surpresa;
Em tempo quente ou frio
No tique -taque mostra firmeza.

Setúbal, 18/08/2010
Inácio Lagarto

sábado, 14 de agosto de 2010

CÁ SE FAZEM...


Numa vida pardacenta
Promessas por cá se fazem
Em paraíso colorido;
Resta a sombra cinzenta
Que veio borrar a imagem
Do belo que poderia ter sido.
Ao fugir o encantamento
Os corações não afagam;
As crises cá se pagam
No reviver novo momento
Tornando a estrela sonolenta.

Palavras afogam-se na corrente
Sem alegria...
Ficam suspensas!
Na ânsia quente
Fogem à luz do dia -
Procuram as noites imensas.
O silêncio perde-se na paixão
À infância pede a mão
Com o corpo arrebatado;
A esperança alimenta
No sonho inspirado
Em viagem turbulenta.

Aferido que é o viver
Entre tempos e espaços;
Sobram o querer e o ter
No unir tão lindos laços.

Setúbal, 13/08/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PASTOR DA VIDA


Sou pastor tenho rebanho
Quero cumprir tão bela sina...
Neste tempo de maldade!
O sopro de vento apanho
Em que mora a liberdade
Nesta escala da vida.
Na dor ou alegria sentida
Há que medir os espaços,
No meio do pastorear;
Neste repartir de abraços
Cansado do caminhar
Estou perdido... em campo estranho.

Busco coragem ao vaguear
Nas nuvens da aflição;
Naquelas pastagens a verdejar
Que alimentam o coração.
A força vive quente
À chuva não sou indiferente
Em que do sonho acordo;
Luto por desigual tamanho
Só o cajado guardo
Que do sentir arrebanho.

Neste novo alvorecer
Vai crescendo a razão;
Trago no peito o florescer
Seguro as pétalas na mão.


Setúbal, 11/08/2010

Inácio Lagarto

domingo, 8 de agosto de 2010

SILÊNCIO RUIDOSO


Na noite o silêncio fala
A mente pensa
Divaga o sonhar;
Tristeza cala
Mergulha na indiferença
Solene no perturbar.
São visões ao querer
Partilha do viver
Que surgem em segredo;
A saudade embala
Viaja sem medo
E vem temperá-la.

Endeusa o sonho
Perde-se na inquietação
Naquela estrela luzindo;
Feitiço risonho
Retracta a razão
Na liberdade florindo.
Em peito iguala
A alma aquece
O despertar arrefece
Fere a vida como bala.

Ruidoso que foi o dormir
Traz ao dia a lucidez;
Na essência do existir
Só a poesia não desfez.

Setúbal, 08/08/2010
Inácio Lagarto

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

BERÇO DO PESCADOR


Neste berço do pescador
O Mar ao Rio dá a mão
Oferecem à vida o sustento;
Unem na rede o amor
Coberto pela Arrábida de eleição
Ficou na muralha o lamento.
Setúbal veste de tule
Banha-se no Sado Azul
Tem em Bocage - O Poeta Maior,
Engrandece esta Cidade;
Foi homem de liberdade
No viver... um sonhador!

A noite vende encanto
Neste paraíso divinal
Com tanta luz a brilhar;
No céu livre, com seu manto,
Protege o madrugar.
Sopra da Serra até à costa
Às praias oferece calor;
Traz a chama libertada
À marginal desfraldada
Neste jardim em flor.

O perfume das paisagens
Das ondas brancas de espuma;
Desperta no Povo as aragens
Das mágoas que o tempo... sempre esfuma.

Setúbal, 05/08/2010
Inácio Lagarto

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

AGUARELA DA VIDA


Na aguarela da vida
Pintam-se espaços
Na face... beijinhos
Mais abaixo... abraços;
Na cintura do viver
Estreitam-se laços
No querer e no vencer.
Naquela dor sentida
Ficamos no tempo sozinhos;
Reforçados como passarinhos
Após o fruto nascer
O sonho é doce guarida.

Crescida que é a semente
Nas entranhas da mulher
Vai florindo nova mente;
O cupido esteve presente
Esperando o Dia Maior.
Rompe alegria partilhada
Tudo é muito... quase nada
Neste novo alvorecer;
É a força da partida
Longo caminho a percorrer
Numa esperança repartida.

Pintada que é a existência
Nesta corrida de carrossel
Fica para o amanhã a essência
Neste quadro de papel.

Setúbal, 04/08/2010
Inácio Lagarto

terça-feira, 3 de agosto de 2010

ALENTEJO SOLARENTO




A urbe de Viana floresceu
Entre campos e trabalhos;
Vive num sonho que não vendeu
Da olaria que ali cresceu
Resta em Alcáçovas a arte dos chocalhos.
Naquela planície verdejante
De tanta água a jorrar...
Alegrou o belo cantar
Deu de beber ao caminheiro,
Matou a fome ao visitante!
Tratou da alma ao forasteiro
Na Senhora D' Aires a orar.

Ao Sol do Alentejo
Entre calçadas e ruelas
Houve tempo de nostalgia
E grandeza no hortejo.
No viver abriram-se janelas
Com o querer e valentia
Soube enfrentar vendavais
Aquele Povo, com poesia.
Ceifou os densos trigais
Com coragem e ensejo
O passado não esqueceu.

Tem castelo com esplendor
Terra rica em união
Este concelho do amor
Abre a Évora o coração.

Setúbal, 03/08/2010
inácio Lagarto

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

SONHO TRAÍDO


Quando o sonho se move
O pobre foge
Não vive;
Para trás deixa o existir
Porque a mágoa não pediu.
Segue em frente, não desiste,
Com a esperança que o feriu;
Não renega o coração
Daquela intensa negrura
De abstracta doçura
Estão ferindo a razão
Num sorrir que comove.

A pobreza segue perdida
Vai crescendo sem destino
Na procura de guarida;
Naquele sono ladino
Acorda, a dor sentida
Na luta da força e paixão
Que ao saber pede protecção.
A mente divaga a pensar
Que na vida não há metade;
Na lágrima em liberdade
Há caminhos... quando chove!!!

O vento ao sonho roubou
A verdade ao pensamento;
Só a riqueza deixou
Para explorar o sofrimento.

Setúbal, 27/07/2010
Inácio Lagarto

sábado, 24 de julho de 2010

CAMINHADA DO VIVER


Usamos a chave da vida
Para abrir os corações
E iluminar o encantamento;
Naquela raiz sentida
Ao futuro deixa paixões.
Solene força do existir
Alimenta o verbo florir
Na partilha do amor;
Unido que foi o tempo
Entre o sonho e o calor
O querer encontrou guarida.

Na caminhada do viver
Queimam-se os espinhos
Com a chama da ambição;
Cavalgamos por horizontes
Entre planícies e montes
Vai-se estruturando a razão.
Na calada derrubam ninhos
Naquele tanto lutar
Casas perfeitas dos passarinhos;
Donde viram seus filhos voar
Buscam no sonho o renascer
Com a alma bem erguida.

Ao seguir nesta cruzada
Tem o Ser de acreditar;
Como tudo é muito ... ou nada
Neste Mundo por desbravar.


Setúbal, 24/07/2010
Inácio Lagarto